Pré-candidata do PT, Adriana Accorsi aparece entre líderes empatados na margem de erro em Goiânia.
Candidatos críticos ao agronegócio aparecem ente as pré-candidaturas mais competitivas em duas das três capitais do Centro-Oeste. As pesquisas mais recentes sobre a corrida eleitoral pelas prefeituras mostram a deputada federal Adriana Accorsi (PT-GO) entre os dois líderes pelo governo de Goiânia (GO).
A pré-candidata do PT soma 16,5% das intenções de votos na pesquisa divulgada pela Marca Pesquisas & Mercado, do Diário do Poder. Com essa soma, Accorsi aparece empatada tecnicamente com outros dois pré-candidatos: o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO), que tem 17,9%, e o senador Vanderlan Cardoso (PSD), que aparece com 16,8%.
Porém, na última quarta-feira (19), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciou que Gayer, pré-candidato apoiado por ele, sairá da corrida eleitoral pela prefeitura de Goiânia. Em seu lugar, entrará o deputado estadual Fred Rodrigues (PL).
"Gayer já ganhou projeção além dos limites de Goiás. Ele é uma pessoa extremamente importante para nós dentro do plenário brasileiro e até fora", explicou Bolsonaro. "Chegamos a um acordo. Essa pré-candidatura em Goiânia não será oportuna. Ele [Fred Rodrigues] é amigo do Gayer, meu amigo, e nós pretendemos levar essa pré-candidatura para a frente."
Accorsi mantém uma postura crítica ao agronegócio em seus mandatos. Em 2019, quando era deputada estadual, a petista apresentou um projeto de lei que proibia a pulverização aérea de agrotóxicos.
"Os agrotóxicos atingem mananciais, cidades e escolas. Podem ser cancerígenos e causar danos graves", explicou Accorsi, na época da tramitação do projeto, que foi arquivado pela Assembleia Legislativa de Goiás, após intervenção da Federação da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (FAEG). "A pulverização tem resultado ainda na morte massiva de abelhas, cuja vida é um indicador importante da saúde ambiental de uma determinada região."
Mato Grosso
Em Cuiabá (MT), o deputado estadual Eduardo Botelho (UB) aparece com 34,5% das intenções de voto, de acordo com a pesquisa da Percent, divulgada em 4 de junho. Em seguida, está o deputado federal Abílio Brunini (PL-MT), que soma 22,8%. Na terceira posição, o também deputado estadual Lúdio Cabral (PT), com 11,7%.
Botelho, que era filiado ao PSB e mudou este ano para o UB, já enfileirou críticas ao agronegócio goiano. Em abril de 2021, quando o país ainda estava imerso na pandemia, o parlamentar fez um apelo aos produtores rurais da região.
"Quais pessoas vão perder emprego e pagar [o preço da pandemia] enquanto outros estão nadando em berço esplêndido? Tem que fazer uma distribuição de renda para o bem de todos", afirmou Botelho.
"Na hora que eles se reúnem pra escolher um candidato a senador eles são bons. Reúnem, levantam dinheiro, aí eles são 'os caras'. E elegem quem quiserem. Agora, não é hora também de eles virem à frente e fazer uma grande campanha para arrecadar recursos para ajudar os pequenos, as pessoas que estão passando fome? Vamos abrir essa conversa", emendou o parlamentar.
Botelho, que é presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), defendeu em abril deste ano a criação de um imposto que prevê a taxação sobre produtos exportados, como soja, algodão, milho e carne, que seriam revertidos para o Fundo Estadual de Transporte e Habitação.
"O que nós vamos fazer é para o povo. Para o povo, para o bem do povo", defendeu Eduardo Botelho no plenário da ALMT.
Mato Grosso do Sul
Em Campo Grande (MS), duas mulheres protagonizam a corrida eleitoral. A atual prefeita Adriana Lopes (PP), que tenta a reeleição, aparece em segundo na pesquisa divulgada pelo Ranking Brasil de Inteligência no dia 10 de junho deste ano, com 13,4%.
À frente está a ex-deputada federal Rose Modesto (UB). Ambas mantêm boas relações com o agronegócio no estado. A candidata do UB chegou a apresentar um projeto de lei, quando era parlamentar, que pedia a criação da Semana do Agronegócio nas escolas do estado.
Edição: Martina Medina